Para viver a paixão com compaixão é preciso despir-se. Tirar, peça por peça, de cima de si os anos, as palavras repetidas sem inocência, as memórias e seus mecanismos encarceradores, os véus.
Desnudar-se é a única forma de mergulhar na paixão compassiva, aquela que liberta e cura, a que desvenda e revela. Nus, não precisamos de reflexos - não há nada que possa estar no lugar errado, nada que não combine ou destoe.
Nus, nós somos únicos, íntegros, generosos, corajosos - e aí sim, podemos ser compaixonados.