quinta-feira, 30 de janeiro de 2003

Saudades.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2003

Um dia não é um quadradinho que se rabisca
Uma hora não é um rabisco no círculo imperfeito
Um ano não é nada
Meu amor é tudo
E prescinde de projetos.
Eu tinha que escrever um projeto. Três pra meia-noite, a máquina toda disposta, mas a nuca dolorida, fica difícil entabular uma introdução, achar a justificativa, consubstanciar os objetivos e concluir o que quer que seja.

Vá lá. Tem uma veia em mim que volta e meia se esconde, e quando eu cutuco com a seringa pra tirar dela um querequequé de algo que valha a pena, o máximo que arranjo é edema. Hoje a santinha tá viva, depois de ano e pouco achou por bem latejar, eu acho que o bom que eu faço é escrever o tal projeto.

Então, né?

Introdução

A vida é simples, mas é complicada. A gente procura, procura, procura, quando acha bota defeito e cisma de assegurar que vai dar errado e que tem alguma coisa esquisita ou que a gente não merece mesmo e dane-se, sejá lá o que Deus quiser.
Todo mundo sabe que é assim. Quando a gente ganha exatamente o que queria, trata de dar um jeito de mudar, porque se não, qual é a graça da parada? Resumo da introdução: a maioria de nós é muito burra, fora as raras exceções como as irmãs carmelitas encarceradas e os siddhis meio sorridentes meio patéticos das montanhas enevoadas da Índia. Ô vida.

Justificativa

As pessoas – todos e todas – nasceram para usufruir o que esse mundo tem de bom pra dar. Missão da humanidade: ser feliz. Já sei. Dizem que não há esse estado permanente, felicidade. Não tem problema. Nem sempre ser é estar. Não me preocupo em estar feliz, porque isso implica em um estado e eu sou continente. Quero ser um ser feliz, e isso não deve ser tão difícil assim, porque se fôsse a grande maioria dos seres não ia querer a mesma coisa, porque os seres – humanos – são acomodados demais e quando uma coisa é difícil e dá trabalho eles já não querem mais. E o que não falta é gente querendo ser feliz, dando beijo na boca ou não, eu desconfio que ser feliz é o pedido da avassaladora maioria na hora de virada do ano ou na hora de assoprar as velinhas do bolo (claro, eu estou me referindo à maioria - os criativos pedem outras coisas).

Pois bem, eu acho que não há outra justificativa para querer ser feliz: sou comum, sou parte da maioria, sou humana e levo a sério esse negócio de missão.

Objetivos

Essa proposta tem como objetivo deixar as coisas claras pra mim.
Ô vida. Simples e complicada. Quando tudo tá claro, mergulho na escuridão.
Meus objetivos são mundanos e eu sou uma mulher de fé.
Esta proposta tem como objetivo um salto na noite escura.

Obs.: não há recursos previstos para ressarcimentos, em caso de desistência.