quinta-feira, 28 de fevereiro de 2002

Meu pai-de-santo diz que o ano começa hoje.
Esse ano estou com vontade de celebrar muitos anos-novos.
Um pra cada perdão que entrar em mim.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2002

Meus amigos queridos estão bem, isso me faz feliz.
Às vezes paro pra pensar no quanto eu amo algumas pessoas, e por que
o faço tão silenciosamente. Não sou dada a conversas longas, não tenho
paciência pra muitos e-mails, sou quase sempre lacônica.
Para alguns amigos (geralmente, os mais antigos) eu custo a telefonar, passo tanto tempo sem ver...o que me
redime (porque eu me culpo e me puxo as orelhas) é que o amor que eu sinto por cada um deles continua igual.
Quando há o encontro, a confidência flui, o reconhecimento é instantâneo, a sintonia é fina.
O tempo é realmente uma bobagem para a qual damos atenção demais.
Me distraio tentando desinventar - hoje posso dar colo ao meu pai e pedir a bênção ao meu filho.

Pra isso servem as férias: pra trazer os comentários de volta.
Não sem briga, diga-se de passagem. Levei uma surra pra
enfiar essa coisinha aqui.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2002

E tem mais.
Custou pra cair a ficha.
Descobri que estou sem comentários.
Às vezes penso que a luz caiu. A corrente elétrica, quero dizer.
Escurece por um instante e depois tudo volta às claras. Nunca tenho certeza se
foi pane elétrica ou se foi pane nas minhas pálpebras.
Tenho a forte impressão que esses quase apagões - que duram ínfimos segundos - são uma pestanejada mais demorada.
Tenho quase certeza de que só eu percebo o quase escuro, e me pergunto se isso acontece com todo mundo.
Ou se apenas as minhas pálpebras hesitam, de vez em quando.
Talvez seja uma vontade absurda de fechar os olhos - pra que, não sei.
É claro que todo mundo tem esses questionamentos abestados.
No meu caso, é por causa do escurinho.
Confesso que também custo a acreditar que deja vú não seja uma experiência unicamente minha.
Assim como as sincronicidades.
***
Well, é bom demais passar por aqui - só vim porque achei que precisava deixar registrado em algum lugar que eu cheguei à conclusão, dentro do táxi, que em minha próxima existência quero ser um whirlwind. Nem que seja como o Diabo da Tasmânia. Porque nutro a idéia - cada dia mais parruda - que a gente encontra Deus numa espiral.
Coisas de deusa antiga, de Giramundo, de Cho Ku Rei. Até de chacrete, quem sabe...
***
Meg. Fausto. Carol. Rick.
Eu confesso: exulto quando vocês me citam nos seus blogs.
Vissem? Caí na arapuca.
Eu posso ser pretentious, vez por outra. Pretender, não.
Love ya.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2002

Eu continuo achando que um novo mito é preciso.
Porque de Narciso eu ando de saco cheio, e não é de hoje.
Vaidade é ranhetice demais e entedia. Quando caio nessa arapuca me sinto tremendamente velha.
Eu queria um vento novo, um novo ser humano possível anunciado.
Eu queria uma revelação, uma jornada inusitada, um espanto.
Que enjôo.