terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Nã há incômodo nenhum em sambar na chuva. Sequer uso solas antiderrapantes, porque faz parte do meu show o swing inesperado em busca do equilíbrio - e até o estabaco, quando é o caso. Não pode dizer que sabe sambar quem tem medo de cair.
A fantasia encharcada também não me amola. Se as penas murcham, as lantejoulas descolam e os cetins grudam no corpo, a gente canta o samba mais alto. Afinal, nasci berrando e sem fantasia...Nada como um rebirthing na avenida.
A chuva traz um efeito especial imprevisto e lindo. Quando a água toca a pele de quem, de fato, ferve na passarela, sai fumaça. Então ficam, os seres em ebulição, cercados da aura de vapor - quase inefáveis.
E aí, mais do que nunca, eu converso com Deus.