sexta-feira, 3 de agosto de 2007
As melhores lembranças de Nairobi
Quando eu levei um dos maiores estabacos da minha vida, queria me levantar em quatro patas, de preferência daquelas, da altura das patinhas das girafas - capazes dos mais poderosos coices do reino animal. Além da idéia de dar coices poderosos (que ainda me agrada de vez em quando), eu também queria levantar com elegância. Por esse motivo também, as patas das girafas me encantaram: são as mais elegantes de todas. Uma girafa numa carreira daquelas, de sacudir a savana, é quase ballet.
No meio desse afã de escoicear e correr, eu recebi um recado de uma amiga experiente: baby steps, ela me disse. BABY STEPS!!!
Acatei o conselho. Fui devagar e sempre. Sem pressa e sem pausa. Funcionou. Em muito pouco tempo, eu estava segura sobre as minhas duas patas, dançando debaixo do globo espelhado, sobrevivente e vivente. Mas as corridas das girafas, os pescoços elegantésimos, os coices mortais continuaram me encantando.
Há poucos dias levei um beijão da girafa. Uma língua enorme, azulada e rápida passou pela minha mão, pescoço e cabelos. Não retribuí o beijo, mas jamais vou esquecer aqueles olhos doces delineados por pestanas meigas.
Nem o mais idiota dos mortais esqueceria.