segunda-feira, 23 de março de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

Eu viro criança com uma certa frequência. É um processo simples: entro numa papelaria com pastas coloridas e muitos lápis de cor e pronto. Ou em dia de aniversário (o meu ou o dos outros), quando eu cismo de fazer docinho e confeitar bolo. Me lambuzo. Também viro criança quando discuto com violência, porque elevar meu tom de voz me dá vontade de chorar. Mas uma das coisas que mais provoca a criança em mim são os gatos. Eu amo gatos. Regrido total, converso com eles, sei que sou compreendida e sempre rola uma cumplicidade incrível.

Estas últimas semanas foram marcadas pelos gatos. No campus da universidade eles dominam, dormem em qualquer lugar e sempre tem potes de comida e água espalhados pelos cantos. Na casa do Sandro e da Paia, Frida é uma atração à parte. Linda. Na casa da minha mãe, Zara, a impossível, morre de ciúmes (e de amores) por mim.

Mas o destaque de fevereiro vai para essa mimosa aqui:


Ela dormia no frio absurdo, enquanto o realejo tocava. Não pude me conter, parei ali mesmo e ignorei meu atraso - imperdoável, naquelas bandas. Falei com a gatinha, ela me respondeu, meio acordada, meio cochilando. Trocamos confidências. Colaborei com o senhor que tocava o realejo e fiquei ali, admirando a inocência, derretendo no palato um quadradinho de chocolate e sonhando com um mundo de gatos, lápis coloridos, doces de leite Ninho e velas teimosas em bolos confeitados. Falei baixinho, com voz de gato, ronronei. Lembrei de todos os meus gatos amados - Babushka, Freddie Mercury, Chatô, Shitara, Morena, Tomé, Ray Charles e F.Dona. Praticamente engatinhei de volta pro hotel, querendo com urgência aquecimento e café.

Saudades de casa.