Acho que nunca estive tão perdida no meio das palavras. Tenho tanto pra ler, leio, pra em seguida me dar conta de que nessa vida li pouco. Quando me arrisco a escrever, então...aí é que sinto uma solidão absurda, uma falta irremediável das páginas que não li. Em meio a essa angústia, uma coisa me anima: eu li Kafka. Releio Kafka. Me sinto, em muitas situações dessa vida, uma personagem de 'O Processo'. Lembrar disso é um alívio passageiro, um paracetamol cognitivo.