quinta-feira, 31 de maio de 2001

Rosário Café

Aprendi o que é sorte
quando vi o baleiro rodar.
De pé,
no balcão do café,
entre a mão que debocha
e a que me segura no ar.

As mãos vão embora,
acenam de longe
ou são incineradas.
Que triste essa perspectiva!

Confio na sorte
que traz grandes amores.
Assim como o baleiro gira
e o colorido das balas confunde os olhos da criança,
Também o mundo gira
E minha cabeça roda.

Descubro que o colorido continua,
no caleidoscópio.
Sem as mãos ancestrais no amparo
não me arrisco mais em vertigens.