Ele lia em voz alta a parábola de Gibran: "A violeta e a rosa".
Eu assistia à cena muda, percebendo quando sua voz tremia, quando o canto dos seus lábios esboçavam um sorriso enquanto ele lia, quando as suas mãos apertavam um pouco mais o livro e, finalmente, quando terminava a leitura, percebia o quanto seus olhos brilhavam. Aquilo o emocionava demais. Ele se identificava com a rosa.
Juro que tentei ser rosa, mas as pétalas não se comportam...não se encaixam com a perfeição que deveriam, e os espinhos - tão necessários - me dão comichões. Aí, sendo rosa, fico descabelada e com coceira.
Ele também não suportou ser rosa muito tempo.
Tampouco sou violeta.
Nasci miosótis e vou morrer maria-sem-vergonha.