terça-feira, 21 de agosto de 2007

Eu fiz análise por quase seis anos. Me lembro de umas poucas palavras solitárias, perdidas, escapulidas da minha cabeça em dias de sibéria: dias de paladar intragável e ritos de morte horripilantes.

Do muito que eu disse, quase nada ficou. Era pra expurgar, e foi.

Mas do que não foi dito...disso minha memória se alimenta.

Presente da minha analista - um bilhetinho, onde se lia:

A man, in some aspect, is:
like all other men;
like some other men;
like no other man.


Uma lágrima fugiu dela no dia da alta. Sim, ela me deu alta. A mim e à barriga que eu empinava desafiadora, perto de parir, símbolo vivo e agudo da minha opção pela vida.

Ninguém explica.

sábado, 18 de agosto de 2007

"Eu vi chover, eu vi relampear
mas mesmo assim o céu estava azul."

Tem dias que eu penso que fui forjada no fogo.
Tudo retine.
Tem dias que eu penso que fui cozida a vapor.
Tudo embaça.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007


Nova amiga

Wild, wild life...

sexta-feira, 3 de agosto de 2007


As melhores lembranças de Nairobi

Quando eu levei um dos maiores estabacos da minha vida, queria me levantar em quatro patas, de preferência daquelas, da altura das patinhas das girafas - capazes dos mais poderosos coices do reino animal. Além da idéia de dar coices poderosos (que ainda me agrada de vez em quando), eu também queria levantar com elegância. Por esse motivo também, as patas das girafas me encantaram: são as mais elegantes de todas. Uma girafa numa carreira daquelas, de sacudir a savana, é quase ballet.

No meio desse afã de escoicear e correr, eu recebi um recado de uma amiga experiente: baby steps, ela me disse. BABY STEPS!!!

Acatei o conselho. Fui devagar e sempre. Sem pressa e sem pausa. Funcionou. Em muito pouco tempo, eu estava segura sobre as minhas duas patas, dançando debaixo do globo espelhado, sobrevivente e vivente. Mas as corridas das girafas, os pescoços elegantésimos, os coices mortais continuaram me encantando.

Há poucos dias levei um beijão da girafa. Uma língua enorme, azulada e rápida passou pela minha mão, pescoço e cabelos. Não retribuí o beijo, mas jamais vou esquecer aqueles olhos doces delineados por pestanas meigas.

Nem o mais idiota dos mortais esqueceria.