quarta-feira, 5 de setembro de 2001

Medea nunc sum.
Ponto de congelamento, cuja questão persiste através da trêmula fluidez de nossas emoções.
Ninguém sonha imitar Medéia, não se imita o acontecimento, não se pode antecipá-lo, não se pode vivê-lo por procuração: ele produz seu presente, a cada vez singular e, no entanto, a cada vez repetido.
Ninguém pensa em consolar Medéia, cercá-la de uma afeição que repara e reconcilia. Ninguém deveria nem mesmo ousar expressar qualquer tipo de solidariedade com Medéia. Ela não pode fazer mais nada, não nos pede nada, não pede mais nada a ninguém. Ela é Medéia.
Isabelle Stengers