Muitas das coisas importantes - das mais importantes - que aprendi na vida, aprendi com a minha avó.
Ela me ensinou a dar nó na linha do bordado.
A fazer o arremate.
Me ensinou que o bordado perfeito tem um avesso bonito.
Ainda não consigo por em prática essa última lição.
Sei fazer nós e arremates,
mas meu avesso é cheio de erros.
Por pressa, deixo buracos, eu pulo pontos e às vezes, negligente,
largo restos de fios, linhas soltas, em trechos onde poderia haver outros finais.
Deixo emaranhados.
Sei que eles estão lá, mas me falta a sabedoria para voltar atrás,
desfazer pontos e cerzir de um jeito mais bonito.
O tempo urge, me ilude, e assim vou postergando o capricho do avesso.
Esse tempo - tão meu amigo e tão cruel.
Quero parar o tempo pra alinhavar um declaração de amor por ela.
Mas a linha continua, a linha do tempo - cretina - não me deixa assumir essa tessitura da despedida.
A linha vai, entra e sai dos meus tecidos enquanto ela também se vai,
calada como nunca.
Eu queria poder sentar ao lado dela e pedir que não fosse - que voltasse atrás,
que me ensinasse tudo de novo, porque eu não aprendi nada.
Também queria pedir que ela fosse, porque sei que a bordadura não tem fim e ela tem mãos habilidosas.
Eu queria saber fazer um avesso bonito.
Ela me ensinou a dar nó na linha do bordado.
A fazer o arremate.
Me ensinou que o bordado perfeito tem um avesso bonito.
Ainda não consigo por em prática essa última lição.
Sei fazer nós e arremates,
mas meu avesso é cheio de erros.
Por pressa, deixo buracos, eu pulo pontos e às vezes, negligente,
largo restos de fios, linhas soltas, em trechos onde poderia haver outros finais.
Deixo emaranhados.
Sei que eles estão lá, mas me falta a sabedoria para voltar atrás,
desfazer pontos e cerzir de um jeito mais bonito.
O tempo urge, me ilude, e assim vou postergando o capricho do avesso.
Esse tempo - tão meu amigo e tão cruel.
Quero parar o tempo pra alinhavar um declaração de amor por ela.
Mas a linha continua, a linha do tempo - cretina - não me deixa assumir essa tessitura da despedida.
A linha vai, entra e sai dos meus tecidos enquanto ela também se vai,
calada como nunca.
Eu queria poder sentar ao lado dela e pedir que não fosse - que voltasse atrás,
que me ensinasse tudo de novo, porque eu não aprendi nada.
Também queria pedir que ela fosse, porque sei que a bordadura não tem fim e ela tem mãos habilidosas.
Eu queria saber fazer um avesso bonito.